NFTs podem representar revolução em sistemas de transações digitais

Comércio de itens NFTs têm crescido em todo mundo e envolve de obras de artes a itens de jogos

Você já ouviu falar em NFTs? Nos últimos tempos esse termo passou a ganhar a imprensa e começou a despertar a curiosidade das pessoas. Além de proporcionar uma inovação tecnológica aos processos de compras de quaisquer produtos, os NFTs representam uma nova possibilidade de receitas para as pessoas.

O termo NFT tem um significado simples, “Non-Fungible Token”.  Praticamente autoexplicativo, a descrição indica que quando um item é um NFT ele é um token, um elemento de propriedades virtuais, que não pode ser trocado ou multiplicado em outro equivalente. É uma cópia original de um padrão.

Seu proprietário pode definir ainda se deseja permitir que um número de “cópias aceitas” seja confeccionada. É como um quadro que seu criador permite que sejam feitas algumas cópias e ele assina conferindo autenticidade como cópias da matriz.

E embora o proprietário possa controlar a confecção de “cópias aceitas” do seu item, especialistas em tecnologia apontam que no futuro ele poderá também simplesmente impedir qualquer reprodução.

Segurança de origem

A estrutura do NFT garante, por exemplo, que um elemento nascido no meio virtual como um “meme” desses que são espalhados aos montes pelas redes sociais, possa ser identificado como o primeiro da sua categoria, registrado em uma espécie de “cartório virtual” que lhe confere essa classificação e uma espécie de atestado de autenticidade.

Ou seja, toda as cópias virtuais desse “meme”, de uma foto, ou qualquer item digital poderão facilmente ser identificados como cópia e o detentor do produto original terá como lucrar e fazer transações do seu produto.

Revolução nos jogos digitais e a utilização dos NFTs

Quem primeiro entendeu que poderia fazer muito dinheiro utilizando os NFTs em escala de itens originais foi a indústria de jogos. Já saíram as primeiras versões de games que utilizam itens digitais simples como armaduras, escudos, encantamentos e “skins” (a “pele” dos jogadores) atreladas aos NFTs.

Isso tem proporcionado aos jogadores que se tornem efetivamente donos destes itens. E rapidamente surgiu um frutífero comércio entre eles.

Antes os jogadores não tinham direito à propriedade de um item em jogos. Caso o game fosse reiniciado ele simplesmente perdia o seu status e todos os avanços da partida.

Agora enquanto dono ele pode realizar transações como o empréstimo dos itens para outros jogadores, o seu aluguel ou venda.

Assim como em outros “mercados”, os itens NFTs podem valorizar muito. Já existem casos de jovens jogadores lucrando milhares de dólares desenvolvendo produtos em games e os vendendo online.

E como as transações são todas feitas nesses “cartórios virtuais”, não há riscos aos vendedores ou compradores. Todo o processo é certificado e acompanhado.

NFTs
Com o NFT não poderíamos ter reproduzido essa gravura digital sem que seu proprietário tomasse conhecimento

Direitos autorais

Outro campo em que os proprietários de itens com a certificação NFTs podem eventualmente se beneficiar é com a cobrança de direitos autorais. Embora ainda não exista legislação específica em nenhum país do mundo, há a possibilidade dos detentores dos produtos originais buscarem pelo pagamento ou ressarcimento do uso das reproduções dos seus itens.

Por exemplo; a pessoa que adquiriu o NFT de um “meme” poderá vir a cobrar pela reprodução da sua propriedade. Certamente ela não cobrará das pessoas que enviaram entre si o item, mas das redes sociais que assim permitiram ou impulsionaram.

Absolutamente qualquer item digital pode ser vendido como NFT

Nesta última terça-feira (21) foi vendido em Paris em uma casa de leilões a primeira mensagem enviada como SMS. Sim, uma simples mensagem de texto, dessas que nos habituamos a utilizar nos primórdios da telefonia celular.

O item comercializado como NFT alcançou o valor de 107 mil euros, o que na cotação atual chegou a quase R$ 700 mil. Enviado em 3 de dezembro de 1992 o texto do SMS continha basicamente um “Feliz Natal” e foi enviada como teste por um engenheiro da empresa Vodafone.

Neil Papworth estava testando o sistema e mandou o SMS de uma estação de trabalho para um arcaico telefone de mesa do seu gerente no Reino Unido.

Anteriormente, também em um leilão, o primeiro tuíte do CEO do Twitter foi adquirido pela astronômico valor de US$ 2,9 milhões. O que os proprietários do primeiro SMS e do primeiro tuíte irão fazer com seus itens, não sabemos. Mas certamente eles esperam recuperar o investimento no futuro.

Primeiros ativos foram comercializados em 2017

Na definição de especialistas em transações digitais, os NFTs são ativos digitais rentáveis e rastreáveis altamente seguros. Os primeiros itens caracterizados sob esse definição foram comercializados em 2017.

Desde então já foram vendidas músicas, vídeos, obras de artes, fotografias e textos. O mercado de artes digitais é quem tem, junto aos games, mais lucrado com os tokens não tangíveis.

Quem compra um item digital registrado como NFT basicamente espera por sua valorização para uma venda posterior. O sistema de proteção dos dados registrados se vale da mesma tecnologia das famosas “blockchains” que permite o envio e monitoramento de micropartículas de itens digitais, validando a sua procedência, origem, e valores. É o mesmo sistema que é empregado em transações de bitcoins e criptomoedas variadas.

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